Visão Turim
Uma conversa mensal com nosso time sobre mercados e estratégias
O início do ciclo de afrouxamento monetário nos Estados Unidos, os estímulos à demanda anunciados pelo governo chinês e os desafios fiscais no Brasil foram alguns dos destaques do webinar Visão Turim deste mês.
O cenário global tem se caracterizado por um movimento de corte de taxas de juros nas economias desenvolvidas, que agora também inclui os Estados Unidos. O Federal Reserve implementou um primeiro corte mais intenso, de 50 pontos base (pb), em meio a expectativas divididas entre -25 e -50 pb. Apesar da decisão, o comitê vem sinalizando que o ritmo ideal nas próximas reuniões deveria ser de apenas 25 pb, caso os dados econômicos evoluam conforme o esperado.
Na China, o governo anunciou uma série de estímulos econômicos voltados para o suporte da economia interna, incluindo ferramentas monetárias, como cortes de taxas de juros e da taxa de reserva compulsória, além de ações direcionadas ao setor imobiliário e ao mercado de ações. Além disso, em reunião extraordinária do Politburo (comitê de líderes do partido comunista chinês), o presidente chinês Xi Jinping indicou que devemos observar novos estímulos a seguir, incluindo também pacotes fiscais. O mercado reagiu de forma mais evidente através da valorização da bolsa chinesa e do minério de ferro.
No Brasil, o Banco Central elevou as taxas de juros em 25 pontos base e entregou discurso duro, atrelando as pressões inflacionárias previstas em seu cenário prospectivo, entre outros fatores, ao elevado grau de aquecimento da economia. O mercado já precifica um ciclo de alta de mais de 200 pb. Esse cenário tende a ser desafiador para a bolsa local, embora ainda vejamos alguns argumentos favoráveis à alocação na classe, como os preços atrativos, o crescimento econômico ainda resiliente e a possibilidade de um cenário externo benigno, marcado por cortes de juros em grandes economias e estímulos na China.
Participaram do webinar Fernando Verboonen, CIO, Thiago Campos, economista da Turim e Eduardo da Rocha Lopes, Analista de Ativos Líquidos.